biografia

Photo: Daryan Dornelles

 

Aline Frazão é uma música angolana. Cantora, compositora, produtora, escritora e intérprete com mais de uma década de uma trajetória multidisciplinar, lançou cinco álbuns autorais e apresentou-se em palcos de dezenas de países. As suas canções destacam-se pela natureza poética e narrativa das suas letras, e pela combinação ímpar de géneros musicais de Angola, Cabo Verde e Brasil com o jazz. Na escrita, publicou contos, crónicas e ensaios em publicações como a Revista Granta em Língua Portuguesa. Compõe bandas sonoras para cinema e colabora em projetos teatrais e de performance. 


Natural de Luanda, mudou-se para Lisboa aos 18 anos para estudar Ciências da Comunicação,a Universidade Nova de Lisboa. Morou em Espanha, onde começou a sua carreira na música, carregando a sua guitarra e as suas primeiras canções pelos pequenos clubes de Madrid, Santiago de Compostela e Barcelona. Foi em 2011 que lançou o seu álbum de estreia, Clave Bantu, gravado na Galiza e editado de forma independente. O álbum contou com parcerias inéditas com os escritores angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki, o que abriu espaço para um diálogo constante com a literatura angolana. 

No seu segundo álbum, Movimento, lançado em 2013, começa a amadurecer uma linguagem particular, assinando a produção musical e grande parte dos arranjos. Este trabalho impulsionou a sua carreira, levando-a a palcos importantes em Portugal e estabelecendo o seu nome no circuito da World Music. Nessa altura, iniciou a colaboração com a pianista e compositora alemã Julia Hulsmann, integrando o seu Oktett e, anos mais tarde, a banda "Heaven Steps to Seven". 

Entre 2014 e 2017, Aline escreveu crónicas semanais para o influente jornal Rede Angola, partilhando as suas opiniões políticas, experiências de viagens e comentando a actualidade angolana. Em 2015, lançou Insular, produzido por Giles Perring na ilha de Jura, com colaborações notáveis como Pedro Geraldes, António Jorge Gonçalves, Ana Paula Tavares, Capicua e Toty Sa’Med. De acordo com o jornal Público, “Insular é o magnífico e corajoso registo de uma cantora empenhada em redescobrir-se no risco.”

O seu álbum de 2018, Dentro da Chuva, foi gravado a solo no Rio de Janeiro e foi amplamente elogiado na imprensa pela sua profundidade poética. Nele participam Jaques Morelenbaum, Luedji Luna e João Pires.

Em 2020, compôs a sua primeira banda sonora para o filme "Ar-Condicionado", realizado por Fradique, recebendo a aclamação do público e da crítica, com o jornal britânico The Guardian a qualificar a banda sonora como “soberba e melancólica”. 

No ano seguinte integrou o elenco do espetáculo Amore, uma co-produção internacional da companhia de teatro italiana liderada por Pippo Delbono, que se encontra numa extensa tournée europeia desde então. 

Após celebrar 10 anos de carreira, editou em 2022 Uma Música Angolana, que marca o regresso ao formato de banda. Escrito desde a sua Luanda natal, o álbum celebra a paixão pelos ritmos atlânticos de matriz africana como o semba, o batuku e o maracatu, elegantemente adornados por expansivos solos de tom jazzístico. 

Atualmente, Aline Frazão reside em Berlim. A sua agenda divide-se entre os espetáculos em nome próprio, a tour europeia de “Amore”, a escrita e algumas colaborações com músicos da cena jazz na Alemanha.