Insular

Quando o sol nascente deixou ver
no horizonte a ilha se estender
como um manto em tons de prata à luz do amanhecer

a planura imensa do areal
brilhava como um espelho de sal
e a brisa empurrou o barco ao meu ponto final.

Na branca rebentação

ondeava a solução

Foi na ilha que aprendi a ler
as estrelas e o céu de chover
Contei luas e marés até adormecer

Sonhei com meu norte cardeal
e a surdez da minha capital,
entre o vício e a virtude,
entre o bem e o mal

a insónia nacional
tempestade irracional

Nos braços daquela solidão
longe do ruído do betão
apesar da humanidade e a sua ambição

decidi voltar atrás
desistir nunca dá paz
A beleza insular
não chega sem partilhar.

Letra e Música: Aline Frazão

Álbum: Insular (2015)