Luz Foi
Luz foi.
Eu estava a ler ‘Geração da Utopia’
imaginando como seria se o sonho não fosse só teoria
Acendi uma vela,
me perguntei que diria Pepetela
Será que ele ainda acredita na dita nação escolhida?
Desisti da leitura para encher o bidon - água veio
Não tenho braços pra cruzar, nem pra abraçar teorias
Luanda é um reino de lata com brilho de prata
quando chove é fragata, quando não, se cala
para ouvir o que sobrou do canto que a Vavó lhe ensinou
Quem foi que desfez tudo aquilo que nós combinámos?
Quantos anos, diz só, quantos anos mais
pra sermos todos iguais?
Desisti da leitura para encher o bidon - água veio!
Não tenho braços pra cruzar, nem pra abraçar teorias
Luanda é um reino de lata com brilho de prata
quando chove é fragata, quando não, se cala
para ouvir o que sobrou do canto que a Vavó lhe ensinou
Tanto sofrimento, parece invisível
Olhando pra dentro sinto o impossível
Esse reino ainda há-de ir além do brilho falso e renascer
É tanto talento, resiste a esperança
Para o meu alento esta gente avança
e na dança o reino brilha mais
Um dia vais nos merecer
Letra e Música: Aline Frazão
Álbum: Uma Música Angolana (2022)