Rascunhos

Mais uma madrugada de incenso e silêncio
Paredes vazias, o eco na sala
Páginas vazias, o ego que cala
Casa desarrumada, o som das cordas sós
Poeira nas molduras
Memórias turvas de nós
A dúvida agora era uma dor que arde,
como vela frágil iluminando rascunhos de amor
O corpo feito estátua de gelo,
como as conversas banais
Para sempre afinal era demais
Quem sabe um dia
ou nunca mais.

Mais outro fim de tarde cinzento ao relento
A alma vazia, o amor já não chega.
é uma casa vazia onde mais ninguém entra.
Não, nem o passado me dá chão
E muitas mais madrugadas virão
Seca a fonte da esperança de mais uma dança…
Amor, assim te deixo,
apago o incenso,
tranco a porta,
a frase fecho
e não mais mexo no que não sei responder.


Letra e Música: Aline Frazão

Álbum: Clave Bantu (2011)